Por Rafael Poci Déa
Fotos Fabio Gonzalez (Divulgação)

Em 1995, a Chevrolet S10 estreou no Brasil e, ao longo de quase três décadas, a primeira picape média nacional ganhou dimensões cada vez maiores e passou por mudanças significativas.

Na linha 2025, embora não seja uma nova geração, ela recebeu profundas atualizações no design e sob o capô. A marca faz de tudo para a S10 seguir na frente de rivais hoje mais fortes, como a Ford Ranger, além de Toyota Hilux e outras. A nova S10 chega em três versões, por R$ 281.900 (Z71), R$ 292.800 (LTZ) e R$ 302.900 (High Country).

A inspiração na irmã norte-americana Colorado e alguns toques visuais da Silverado a atualizam para a atual linguagem estilística da marca.

• A maior mudança aparece na dianteira, com o capô mais alto em composição com os novos faróis tipo full-LED, a nova grade do radiador e as luzes de neblina redesenhadas.
 A lateral permanece praticamente inalterada, enquanto as rodas aro 18” da Z71 calçam pneus de uso misto 265/60 (100% urbanos na versão High Country) e o desenho dos estribos e do santantônio tubulares está melhor resolvido do que na antecessora.

Com estilo esportivo, a S10 Z71 mostra detalhes em preto brilhante, e a traseira tem lanternas em vermelho e uma nova porção central pronunciada da tampa da caçamba com a palavra Chevrolet.

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As medidas da caminhonete:
• 5,361 m de comprimento,
 1,874 de largura,
 1,831 de altura,
• e 3,096 de entre-eixos – esta última medida superior à da Hilux (3,085), mas inferior às de Ford Ranger (3,270), referência do segmento, e Nissan Frontier (3,150), por exemplo.

Já a caçamba tem:
 1,484 metro de comprimento e 1,534 de largura,
 com 46 cm de altura,
 capacidade de carga de 1.046 quilos (1.076 na versão LTZ e 1.044 na High Country),
 e capacidade volumétrica de bons 1.329 litros.

Um sistema de alívio de peso da tampa aumenta o conforto, seja na abertura, seja na hora de fechar a tampa, que também passou a contar com a útil trava elétrica (a capota marítima é de série nas versões Z71 e LTZ).

A versão Z71 avaliada tem uma pegada esportiva, com detalhes em preto brilhante no painel. A cabine foi o que mais mudou, com as novas telas integradas do quadro de instrumentos e do sistema multimídia. No banco traseiro (abaixo), pouco espaço e nada de saídas de ar

Cabine remodelada

exterior da nova S10 foi repaginado, mas é na cabine que aparece a cereja do bolo da linha 2025. Totalmente nova, ela adota o mesmo estilo americano do exterior, e agora tem muitas áreas macias ao toque e uma atenção extra aos detalhes, tanto na escolha dos materiais quanto na montagem, que nos acostumamos a não esperar da S10.

• sensação de bem-estar é evidenciada pela posição de dirigir elevada, que coopera na visibilidade à frente, e um novo desenho dos bancos acomoda melhor o corpo na região lombar.

• Além disso, as abas ficaram mais pronunciadas e os cintos de segurança são da cor vermelha na configuração Z71.

• Já o assento com ajustes elétricos de altura, distância e inclinação do encosto é oferecido apenas nas configurações LTZ e na High Country (e só para o motorista).

• ergonomia também foi aprimorada: a coluna de direção enfim tem ajuste de profundidade, além do de altura, a chave agora é presencial e todos os principais comandos estão bem localizados.

• Outra novidade é o seletor de tração (com modos 4×2 traseira ou 4×4, com opção de reduzida), que migrou do console central para o lado esquerdo do painel, junto dos comandos dos faróis, facilitando a operação.

Outras melhorias aparecem no volante emprestado da Silverado e nas telas que trazem a nova geração do multimídia MyLink de 11” com conectividade sem fio e wi-fi, que debutou no Spin e fica integrado ao quadro de instrumentos digital com 8”. Um toque de tecnologia no utilitário, mas seu ar-condicionado continua sendo de apenas uma zona, o freio de estacionamento ainda não tem acionamento eletrônico e o carregador de smartphone por indução vem só nas versões LTZ e na High Country.

Além disso, quem viaja atrás dispõe de espaço apenas suficiente para os joelhos, e a Chevrolet S10 não tem saídas de ar dedicadas para ali (estão presentes na Ford Ranger, na Nissan Frontier e na Toyota Hilux). Pelo menos há tomadas USB-A e USB-C.

Turbodiesel atualizado

Sob o capô, o quatro cilindros 2.8 16V Duramax Turbodiesel teve 39 atualizações, incluindo no turbocompressor de geometria variável (TGV) e coletores, e está acoplado a um novo câmbio automático com oito velocidades (o mesmo da Colorado vendida hoje nos Estados Unidos).

Agora, o motor tem 207 cv a 3.400 rpm e 510 Nm, contra 200 cv e 500 Nm na versão anterior. Assim, o desempenho da picape melhorou, e agora ela cumpre a prova de 0-100 km/h em 9,4 segundos, quando antes eram 10,4.

Os novos números a deixaram bem próxima da Ranger V6 de 250 cv, que cumpre a mesma prova em 9,2 segundos, e ainda garante uma boa disposição pra encarar subidas íngremes, como constatamos em um circuito off-road preparado pela marca.

pressão de trabalho do turbo subiu de 2,5 para 3 bar, e o peso total de 2.105 quilos resulta em boa relação peso-potência.

A dinâmica da Chevrolet S10 também melhorou, graças às suspensões repensadas, que absorvem bem irregularidades do piso. Também merecem aplausos o controle de carroceria, a direção assistida eletricamente leve e rápida ao esterço (1,75 volta) e a boa modulação do pedal de freio.

Enfim, a S10 está mais prazerosa de guiar. Com baixa carga, a picape ainda é silenciosa: o isolamento acústico aprimorado cumpre a função de deixar os ruídos indesejados do lado de fora da cabine.

Tudo bom, mas e o consumo de diesel? Segundo os dados oficiais do Inmetro, a linha 2025 da S10 ficou 13% mais econômica, e ela faz 9,5 km/l na cidade e de 11,4 na estrada. Antes, eram 8,4 e 10,4, respectivamente.

Em segurança, o pacote da S10 Z71 traz:
 airbags frontais, laterais e de cortina,
 alerta de pressão dos pneus,
 controles de tração, estabilidade, anticapotamento e de oscilação de reboque,
 além do controlador Auxílio de descidas (HDC) e piloto automático.

Já a configuração topo de linha High Country oferece, ainda:
 alertas de colisão frontal, de saída de faixa e de tráfego cruzado traseiro,
 além de frenagem automática de emergência.

Embora não seja uma nova geração, as mudanças são bem significativas, e a S10 está devidamente atualizada para se defender das novas concorrentes.

Fora de estrada

Em um percurso com obstáculos típicos do uso fora de estrada preparado pela marca, podemos testar as habilidades da S10.

• Comprovamos a boa atuação do câmbio em subidas íngremes, o bom comportamento da suspensão na prova de inclinação lateral e em obstáculos “caixa de ovo”, quando algumas rodas perdem contato com o solo e suspensões e tração têm que trabalhar mais.

• Em situações extremas, fazem falta os bloqueios independentes dos diferenciais.

• Além disso, enquanto muitas rivais hoje têm uma opção 4×4 para uso em asfalto, ela mantém a tração traseira, com 4×4 só para pisos de baixa aderência.

Chevrolet S10 Z71

Preço básico R$ 281.900
Carro avaliado R$ 281.900

Motor: quatro cilindros em linha 2.8, 16V, duplo comando de válvulas, injeção direta, turbo com geometria variável (TGV) Combustível: diesel
Potência: 207 cv a 3.400 rpm
Torque: 510 Nm a 2.000 rpm
Câmbio: automático, oito marchas, com opção de trocas sequencias
Direção: elétrica
Suspensões: braços sobrepostos (d) e eixo rígido (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: 4×2 traseira ou 4×4, com reduzida
Dimensões: 5,361 m (c), 1,874 m (l), 1,831 m (a)
Entre-eixos: 3,096 m
Pneus: 265/60 R18
Caçamba: 1.329 litros
Peso: 2.104 kg
Tanque: 76 litros
0-100 km/h: 9s4
Velocidade máxima: 180 km/h
Consumo na cidade: 9,5 km/l
Consumo na estrada: 11,4 km/l
Nota do Inmetro: B*
Classificação na categoria: D* *dados estimados